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A mais longínqua referência histórica a Marvão foi o refúgio que aquiencontrou Ibn Marwan, muladi de Mérida, em 876/7, quando se rebeloucontra o Emir de Córdova. O episódio é sintomático da natureza einteresse do lugar, quer no processo da Reconquista quer no da defesada fronteira estabelecida com o Tratado de Alcanizes (1297). A regiãoterá caído, definitivamente, na posse da cristandade, pelos finais doséc. XII, sendo o primeiro foral concedido por D. Sancho II (1226). Em atitude anti-senhorial, D. Dinis apossou-se do castelo (1299),iniciando-se, então, um processo de refortificação e dedesenvolvimento da vila. Mas o povoamento foi sempre dif ícil, sendonecessário o estabelecimento de um couto de homiziados de 200 pessoas(1378). Com a Guerra da Restauração (1640-1668), a Praça ganhouimportância militar, até que a obsolescência geral das fortificações,no séc. XIX, lhe retirou a característica que havia justificado,historicamente, a sua fundação no topo dos rochedos. Dos finais doséc. XIX até meados do século passado, Marvão passou por um períododifícil, de sobrevivência, chegando a ser anexada ao concelho deCastelo de Vide (1895-98). Com a chegada, tardia (1947-66), de benselementares da civilização urbana (electricidade, esgotos, águacanalizada, acesso por estrada alcatroada), construíram-se alojamentos turísticos, abriram-se restaurantes e a vila encontrou a sua novavocação, oferecendo-se ao turismo cultural e de natureza com a grandesingularidade da sua identidade. Em permanência, residem hoje (2015)na vila cerca de cem habitantes, contra as sete centenas e meia de hádois séculos.