Travessias, rupturas e transgressoes

A literatura é o espaço privilegiado que possibilita a experimentaçăo da morte. Pretendemos, portanto, explorar contos fantásticos do século XIX que repercutiram a ficionalizaçăo de experięncias que tornavam possível problematizar os mistérios da morte. Demonstraremos que, no decorrer da história da Humanidade, a relaçăo do homem com a morte e os rituais que a cercavam foram passando por importantes transformaçőes. Os indivíduos vitorianos, mais incisivamente, passaram a negar a morte, buscando nos avanços médicos e científicos um prolongamento de suas existęncias. Em outra frente, esses mesmos sujeitos buscaram experimentar ainda mais intensamente a morte, mas sem se colocarem em risco, apenas explorando o que haveria do "outro lado" por meio da literatura.Seu expressivo desejo de escapar da morte e, na sua impossibilidade, negá-la ao propor um mundo paralelo no qual a sua inexorável aproximaçăo năo é o fim, mas uma transiçăo, será identificado nas manifestaçőes sobrenaturais presentes nos contos estudados e que forma escritos por autores que tęm sido marginalizados pelo esquecimento. Dessa forma, é também nosso intuito a atualizaçăo de seus nomes junto ŕ contemporaneidade.